sexta-feira, 6 de julho de 2012

VATICANO

6 de julho
SANTA DO DIA

Santa Maria Goretti
 
Maria Goretti, humilde camponesa, nasceu em 16 de outubro de 1890 na cidade de Corinaldo, província de Ancona, Itália. Seus pais, Luiz e Assunta, criavam os sete filhos em meio à penúria de uma vida de necessidades, mas dentro dos preceitos ditados por Jesus Cristo.

A menina Maria, por ser a mais velha, cresceu cuidando dos irmãos pequenos em casa, enquanto os pais labutavam no campo. Uma de suas irmãs, mais tarde, tornou-se freira franciscana. As dificuldades financeiras eram tantas que a família migrou de povoado em povoado até fixar-se num povoado inóspito chamado Ferrieri. Nessa localidade, a família passou a residir na mesma propriedade de João Sereneli, ancião de sessenta anos de idade que tinha dois filhos, Gaspar e Alexandre, este com dezoito anos de idade. Assim, todos trabalhavam na lavoura enquanto a jovem Maria cuidava da casa e dos irmãos pequenos.

Desse modo, Maria nunca pôde estudar, mas ao lado da família sempre freqüentou a igreja. Ela só estudou o catecismo para fazer a primeira comunhão, aos doze anos de idade, um ano após a morte de seu pai. Quando isto ocorreu, o senhor João, compadecido, manteve tudo como estava, contando apenas com a viúva para o trabalho na lavoura. Porém o problema era seu filho Alexandre, que passara a assediar Maria. Apesar da pouca idade, ela era bonita e bem desenvolvida, já atraindo os olhares masculinos. Como recusasse todas as aproximações do rapaz, este se irritou ao extremo. Até que, no dia 5 de julho de 1902, ele perdeu a razão e a tragédia aconteceu.

Naquele dia, Alexandre trabalhava ao lado de Assunta quando inventou um pretexto, deixou a lavoura. Foi para o lar dos Goretti portando uma barra de ferro com ponta afiada, sabia que Maria estaria sozinha e indefesa. Primeiro insinuou, depois exigiu, por fim ameaçou a jovem de morte se não satisfizesse seus desejos. Mesmo temendo o pior, Maria resistiu dizendo que aquilo era um pecado mortal. Alexandre, transtornado por não alcançar seu intento, passou a golpear violentamente o corpo da menina.

Ela ainda foi levada com vida a um hospital, após ser vitimada com quatorze perfurações. E teve tempo de perdoar seu agressor, pedindo a sua mãe e seus irmãos que fizessem o mesmo, por amor a Jesus. Maria Goretti morreu no dia seguinte ao ataque, no dia 6 de julho de 1902. Quanto a Alexandre, foi preso, quase linchado e condenado a trabalhos forçados. Porém, depois de vinte e sete anos de prisão, foi solto por bom comportamento. Depois de ir a Corinaldo pedir perdão à mãe de Maria Goretti, ingressou num convento capuchinho, onde viveu sua sincera conversão até morrer.

Muitos milagres passaram a acontecer por intercessão da pequena menina virgem. A fé na sua santidade cresceu e espalhou-se de tal forma no mundo cristão que, em 1950, ela foi canonizada. Na solenidade, estava presente a sua mãe Assunta, então com oitenta e quatro anos, ao lado de quatro de seus filhos e Alexandre Sereneli, o agressor sinceramente convertido. O papa Pio XII declarou santa Maria Goretti padroeira das virgens cristãs. Até hoje continuam as romarias ao Santuário de Nossa Senhora das Graças, em Nettuno, onde se encontra a sepultura da santa, há dez quilômetros do povoado onde tudo aconteceu.
 

FREI DAMIÃO DE BOZZANO

Processo de Canonização


A santidade é dom de Deus e pertence à toda a Igreja. João Paulo II afirmava: “…porque os santos estão entre nós, eles pertencem à nossa família e nós à deles. Como Igreja a caminho, que hoje dá os primeiros passos no terceiro milênio nós olhamos para eles, para não perdermos a fé em nós mesmos e nos outros. Os santos são um sinal de otimismo nas possibilidades de cada um: voltemo-nos para eles e descubramos o santo que está em nós; comparemo-nos com eles para compreender que Deus não está habituado a sofrer derrotas no confronto com a fragilidade humana”. 
 
Como disse nosso postulador geral, Frei Florio Tessari, “Os santos são o fruto precioso do Espírito na Igreja. Estes nos unem no mesmo espírito, manifestam a vida em Cristo, a vida segundo o Espírito na encarnação concreta da sua existência”. Em relação à Ordem Capuchinha, temos uma rica plêiade de santos que nos foi dada pelo espírito Santo. Entre eles há muitos que nos são contemporâneos. E não podemos ser-lhes indiferentes. Assim, aqueles que morrem com fama de santidade, podem ter o seu testemunho de vida reconhecido oficialmente pela Igreja. A santidade canônica lembra a todos nós que o Senhor lançou-nos um olhar particular e a santidade desses irmãos e irmãs nos interpela e nos estimula na vivência cristã.
 
Assim, a chamada Causa de Beatificação e Canonização é o processo feito para a inclusão de alguém na lista (cânone) dos santos. Esse processo se dá por etapas. Concedida a licença de Roma para abrir o processo, o candidato recebe automaticamente o titulo de “Servo de Deus”. O processo geralmente é aberto cinco anos após a morte da pessoa. O bispo consulta o povo sobre a vida e as obras do candidato e encaminha o pedido para a Santa Sé. Ela verifica se “nada consta contra ele”, e autoriza a abertura do processo. Começam as etapas: a primeira etapa consiste em provar através de depoimentos que o candidato à beatificação praticou em grau heroico todas as virtudes cristãs. É instaurado um tribunal  e nomeia-se seus membros (juiz, promotor, notário). Convocam-se testemunhas que, sob juramento de dizer a verdade, são interrogadas sobre a vida, as obras e virtudes e os defeitos do candidato. O que é contado pelas testemunhas durante as sessões, não pode ser publicado ainda. O vice postulador é quem convoca essas testemunhas, e estabelece contatos entre uns e outros. Os depoimentos, fechados e lacrados, vão para Roma, onde são  analisados pelos peritos.  Se o parecer for favorável, o candidato é declarado “Venerável”.
A Igreja pede a apresentação de um milagre comprovado, alcançado através da intercessão do candidato à beatificação. Só valem milagres acontecidos após a morte dele. No decorrer da primeira etapa, recolhem-se relatos de graças ou curas extraordinárias. Forma-se outro tribunal canônico. Convocam-se testemunhas e médicos, para examinar as curas apresentadas.
No caso dos mártires não se exige nenhum milagre. Para os mártires o processo é mais simples. Basta provar que morreram pela Fé. Por que a Igreja exige este milagre? Depoimentos humanos podem incorrer em algum engano, mas os milagres não, porque são realizados por Deus, através da intercessão do candidato à beatificação. O milagre, portanto, vem confirmar a santidade do candidato.
 
Se uma cura for declarada inexplicável pela medicina atual e aprovada pela comissão dos teólogos, o candidato pode ser proclamado “Beato” ou “Bem-aventurado” e ser venerado na região onde viveu. Atualmente basta um milagre para a beatificação. Sendo constatado mais um milagre, o candidato é canonizado, ou seja, incluído no cânone ou lista dos santos oficiais da Igreja. Esta proclamação feita pelo papa significa que o candidato levou vida santa aqui na terra, está no céu e pode ser cultuado no mundo inteiro como “Santo”.

Situação atual do processo do Servo de Deus, Frei Damião

O Processo de Beatificação e Canonização de Frei Damião de Bozzano foi aberto oficialmente no dia 31 de janeiro de 2003. Estamos na chamada fase diocesana. Já foram escutadas as testemunhas e estamos esperando os pareceres das comissões histórica e teológica. Temos recolhido e estamos avaliando diversos relatos de graças alcançadas por intermédio desse Servo de Deus e haveremos de escolher os mais significativos para enviar ao Vaticano.
No mês de maio de 2012, quando celebraremos os 15 anos de Frei Damião na Casa do Pai, precisamente no domingo dia 27, estaremos realizando a Sessão de Encerramento do processo na fase diocesana e toda documentação conseguida será enviada à Congregação para a Causa dos Santos em Roma. De lá, esperaremos a declaração das virtudes heroicas de Frei Damião, após acurada avaliação das comissões daquele dicastério, enquanto será escrita a Positio, uma espécie de biografia documentada dele. Depois, conforme as orientações da Causa dos Santos e da Postulação Geral da Ordem Capuchinha, serão preparados os passos para a beatificação.
Por Frei Jociel Gomes, OFMCap.Vice-Postulador


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